Fala pessoal, belezinha? Aqui é o pokemão com mais um artigo para falar um pouco sobre o começo de carreira para uma pessoa dev. Sei que o título ficou bem bosta, mas vou explicar um pouco sobre o que quero falar com vocês aqui. Iremos falar um pouco sobre os motivos de se candidatar a uma vaga, currículo, skills e outros assuntos para você dar match naquela vaga xow em desenvolvimento. Se você não viu meus outros artigos sobre o tema, clica aqui :) e se curtir o artigo deixa aquele coração, unicórnio, manda pra vó, pro menino que está aí em todo lugar, pra amiga, pro inimigo, manda pra todo mundo. E se você quer ajudar monetariamente com qualquer valor para o pokemão continuar produzindo esse tipo de conteúdo fortalece no nosso apoia.se valeu de coração.
Mesmo que na maioria das vezes eu esteja tendo como foco o público mais junior e sandy, pessoas em diversos níveis de senioridade sempre podem pegar algum insight e adaptar a sua realidade. Também não levem tudo que eu falar a ferro e fogo, a maioria das coisas que eu falo são de experiências minhas ou de pessoas próximas que aplicaram e tiveram sucesso na sua inserção no mercado de TI. Dito isso, bora pro conteúdo.
Assim que começamos a pensar em conseguir um emprego na área de desenvolvimento muitas coisas passam na nossa cabeça (ah pokemão, isso é óbvio né? Descobriu o teletransporte…), e a primeira coisa que queremos fazer é nos comparar a outras pessoas para entender qual o nosso nível de conhecimento em cada tecnologia. Inclusive tem uma galera que faz um negócio que ao meu ver não tem o menor sentido que é colocar porcentagem de skills em cada tecnologia. Por exemplo: 60% HTML, 80% JS, 35% CSS. Na boa? Nem eu, nem as pessoas recrutadoras e provavelmente nem você tem idéia do que quer dizer isso. Uma pessoa 60% HTML seria alguém que não sabe usar ? Uma pessoa 80% JS é aquela que só faz tudo em JS puro e não usa frameworks? Uma pessoa 35% CSS é aquela que não consegue desenvolver responsivo? E como eu vou saber qual a visão de 2 pessoas com 50% de HTML? De onde o pessoal tirou isso? Pode até ser uma parada lúdica, mas que no fundo no fundo não serve de nada.
Uma coisa importante antes de se aplicar a uma vaga, que realmente é algo que não tem nada a ver com a stack que a empresa utiliza ou algo do tipo. Conheça minimamente o negócio da empresa, veja se o que fazem faz algum sentido com o que você quer fazer parte. Entre no site, conheça os produtos, veja se tem alguma ligação com alguém que trabalhe lá para perguntar do ambiente, etc; Em alguns casos já vi pessoas que não podiam colocar a empresa em que trabalhavam no currículo ou porque o negócio que a empresa desenvolvia não ia com os princípios da pessoa dev, ou porque o ambiente era tão tóxico que a pessoa não deseja que nem seus inimigos trabalhem lá, ou por outros motivos. Não estou falando que por fora a empresa possa ter uma ótima índole e só depois de você entrar você descobre como é realmente, mas, se você puder evitar que esse tipo de coisa aconteça antes. Te poupa de alguns contratempos e desgastes desnecessários. Inclusive saber sobre o negócio da empresa, os propósitos, valores e demais características podem ajudar muito na sua entrevista (iremos falar sobre isso em um artigo posterior). Mas, tem uma thread no twitter muito legal do Sérgio Lopes (CTO da Alura) onde ele fala sobre a questão de contratação de iniciantes na visão da empresa.
Vocês lembram que eu gosto de falar do que chamo de axiomas né? São afirmações que são verdadeiras e eu não tenho que provar o porque o são. Então, se você está começando na área de desenvolvimento: Você não sabe o seu nível de conhecimento em cada tecnologia. Se você não tem experiência, não tem como você saber o seu nível. E o que isso quer dizer? Se você ver uma vaga para nível júnior/sandy que pede conhecimento intermediário em API. E você sabe o que é uma API. VOCÊ APLICA PARA ESSA VAGA! Quem tem que avaliar o seu nível de conhecimento em alguma tecnologia é a empresa que está fazendo o processo e não você, afinal, você não sabe fazer isso!
É muito comum o temor por não ser compatível com 100% do que pedem em uma vaga. Esse é um dos motivos que eu falo da importância da curadoria das vagas. Vagas com melhor descrição poupam de ter um monte de descrições aleatórias e pedidos de skills que não fazem sentido nenhum, o que faz com que você tenha menos medo de aplicar devido à uma inconsistência com os requisitos. Muitas vagas não fazem nenhum sentido e nada mais são que um apunhado de termos técnicos que as vezes nem ligação tem, que alguém de TI falou por cima para o pessoal de RH. Inclusive uso algumas dessas vagas arrombadas nos meus stand-ups humorísticos de desenvolvimento. Vagas que pedem tecnologias que nem usamos mais, coisas que são mais que ultrapassadas, conhecimentos “jedi” em tecnologias que possuem menos de 2 anos, entre outros tantos. Mas a questão aqui do axioma é isso que eu falei acima, não deixe de aplicar para uma vaga porque você não tem todos os pré-requisitos para ela. Aplique se você tiver algum deles. Parta do princípio que se a vaga é para nível júnior/sandy a vaga é para você aprender e você vai pegar o feeling necessário para se desenvolver na vaga com o passar do tempo.
Eu penso assim, em uma vaga junior/sandy se você tem 3 das skills que pedem na descrição técnica está ótimo. Como falei antes: quem tem que avaliar se você pode ou não preencher a vaga é a empresa. as vezes perdemos oportunidade por medo de tentar. Tente, o pior que pode acontecer é nada, e não fazendo nada, esse é o mesmo resultado, mas sem chance de ser diferente. Na melhor das hipóteses você vai entrar para a vaga e aprender um monte de skill que você não possui. Falando nisso, lembrei de uma vaga que eu queria muito na época que pedia conhecimentos em frameworks e na época, eu era pleno, eu nem usava framework nenhum, sabia quais eram os melhores da minha stack e tudo mais, mas não tinha implementado nada satisfatório com eles. Mesmo assim eu apliquei para a vaga, fui bem na entrevista, entrei, estudei a documentação dos frameworks em questão e foi bem tranquilo começar à usá-los.
Outro fenômeno que ocorre bastante na área de TI é: pessoas recrutadoras querem te contratar sempre quando você está em um emprego. Por isso falo tanto de você entrar na área, talvez não do jeito que você deseja 100%, naquela empresa dos sonhos, ganhando um salário de 20k (sei lá onde uma pessoa que começa ou até mesmo a grande maioria da galera sênior que eu conheço ganha isso por mês, mas se tem coach falando que isso é true, eu acredito… #sqn), tendo toda a atenção das pessoas mais seniores te apoiando sempre, etc. Infelizmente o mercado é um reflexo do nosso país e das relações que temos com outras pessoas. Então, entre na área e depois você vai poder escolher até as melhores oportunidades, enquanto isso, ganhe experiência.
Uma dica que dou para quem está começando também é: não tenha preconceito com stacks. Você está começando agora, não sabe muita coisa na área, não se apegue com linguagem ou tecnologia porque ouviu alguém falar que uma outra é ruim, se você nunca colocou algo em produção naquela tecnologia não pode falar que é ruim. Todas as tecnologias tem um motivo para serem do jeito que são e tem uma utilidade. Sendo assim: se você estudou React, mas viu uma vaga legal com Angular: aplica. Se você está estudando C#, mas viu uma vaga legal em Java: aplica. Quanto mais entrevistas você fizer, mais experiência você vai adquirir em como se comportar, o que falar, o que pode ser abordado e você irá se preparar melhor para as próximas. Deixa que essas tretas se resumam ao twitter. No momento você quer entrar na área, então, aumente as suas chances de isso acontecer e de quebra aprender mais coisas novas.
Saiba se vender! Como eu disse anteriormente: não devemos nos comparar com as pessoas: cada pessoa tem seu caminho, suas dificuldades, suas competências e suas limitações. E você sabe bem das suas. E, você também sabe das suas qualidades. Saiba colocar isso na sua candidatura. Se quando no cadastro para aquela vaga tiver um campo para você falar um pouco de você! Fale das qualidades que as outras pessoas enxergam em você. Existem pessoas sensacionais que deixam de ocupar vagas legais por não saber potencializar suas qualidades. Existem pessoas péssimas em ótimos cargos porque elas sabem fazer isso. Então, se você é sensacional, com certeza sabendo se valorizar você vai conseguir alcançar o que você deseja! Estou falando de se valorizar, tá? Não inventar historinhas que não existem para conseguir as coisas a qualquer custo.
Para facilitar o trabalho das pessoas recrutadoras como já dito em artigos anteriores é bem legal você ter um linkedin atualizado e um github com projetos legais, se você é dev (inclusive fiz um artigo sobre isso). Mas sempre acho massa também ter um currículo nos moldes padrão, já que facilitam muito para importar em sites de recrutamento. O currículo deve ser simples, com poucas páginas, focar nas suas experiências acadêmicas ou de estudos, nas skills que você está estudando, em experiências anteriores de trabalho, caso houver (aqui você pode começar a pensar o que de bom você aprendeu nas experiências anteriores caso não seja na área de TI para fazer um link com o que isso pode te ajudar na área), caso não tenha experiência em empregos é legal você colocar um pouco dos projetos que desenvolveu durante seus estudos e um pouco de como foi o processo de desenvolvimento, que tecnologias usou, etc; caso você tenha algum nível de inglês também é bom colocar, cursos livres, suas principais participações em eventos, etc. Uma coisa muito importante sobre currículos é que ele possa ser lido por quaisquer pessoas navegando em “tabs”. Muitas vezes a gente entrega currículos com formatação exagerada, porém com nenhuma usabilidade de leitura para pessoas com deficiência visual. Todas as pessoas têm que conseguir ter um fluxo de leitura legal para que seu currículo impacte mais gente. Além de lembrar que para cada vaga o ideal no currículo é você colocar um objetivo que tenha a ver com aquela vaga em específica. Vou deixar como modelo o meu currículo aqui, pode ajudar alguém talvez.
Para o artigo não ficar muito longo, iremos parar por aqui. No mais: se arrisque. Aplique para o maior número de vagas que faça sentido para você. Faça o maior número de entrevistas que conseguir. Aplique mesmo que a vaga peça mais requisitos que você tem. Aplique, mesmo que a vaga seja para uma linguagem diferente da que você tenha estudado na maior parte do tempo. O não você já tem, vamos ir em busca do sim.
Desejo que esse artigo te ajude de alguma maneira. E, se você quiser mais dicas para buscar o seu primeiro emprego, dicas para a hora da entrevista e coisas do tipo, comenta aí o que você quer para eu poder criar mais conteúdo nesse sentido. Não esqueça de curtir, mandar um unicórnio e compartilhar o artigo!
Um grande abraço para você e vamos fortalecer a bolha dev!
Rodrigo “Pokemaobr” Cardoso
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Top comments (9)
Sensacional o conteúdo e as dicas apresentadas! Confesso que no início da carreira eu também colocava a porcentagem do meu conhecimento nas tecnologias ou então umas estrelinhas hahaha e era muito dificil de metrificar se aquilo estava correto!
Agradeço demais pelo feedback :)
Rodrigo, é sempre bom aprender com quem entende do assunto! Concordei e me identifiquei com muitas partes do conteúdo que você trouxe, principalmente referente a mensurar conhecimento sem ter experiência (acho completamente sem sentido) e também acerca dos princípios morais das empresas, infelizmente já desisti de alguns empregos que desejei muito e me empenhei para conseguir, porque percebi no dia-a-dia, que não concordava com os processos.
Sobre ir atrás do "sim" sabendo que o "não" já temos, e sobre o máximo a receber ser "nada" - inclusive não fazendo nada -, tenho minhas ressalvas. Digo, não discordo completamente, entendo que é preciso se desafiar, porém como uma iniciante na área, sei como é desgastante se empenhar para inúmeros processos seletivos e por fim receber "na pior das hipóteses, nada", a recorrência disso é extremamente desanimadora pra quem se encontra no paradoxo de precisar competir com concorrentes extremamente competitivos, como são os candidatos às vagas em TI, que muitas vezes já criaram seus próprios projetos, códigos, aplicativos e por aí vai... E precisar, indiscutívelmente trabalhar, se forçando assim a ir para outras áreas. Sem falar em todo o esforço aplicado nos processos seletivos em massa. Pra mim, particularmente, esses são os piores.
Enfim, foi só uma reflexão.
Obrigada por compartilhar seu conhecimento e dicas, elas são muito valiosas! Fiquei perplexa com o fato de eu nunca ter pensado na acessibilidade dos currículos, por exemplo! Bom demais saber disso.
Cara obrigado mais uma vez pelo seu conteúdo que é foda e ta me ajudando demais. Like + Unicornio sempre.
Lá vão minhas duvidas:
Eu entrei em uma empresa em outubro de 2020 como estagiario e fui efetivado como assistente de desenvolvimento, porem trabalho com low code (genexus). Atualmente to me esforçando mto pra aprender de maneira correta, fazendo revisao de html, css e agora realmente aprendendo JS de uma vez por todas. Dps quero partir para react, mas minha dúvida é como posso me "vender" ao mercado, visto que tenho quase 1 ano e meio de experiencia como dev, porem sem ser em uma stack que as pessoas conheçam? como posso usar essa experiencia em meu favor pra conseguir uma vaga de junior trabalhando com hard code?
Valeu demais pelo feedback, aproveita e salva o post tb :). Mas, vamos lá. Acho que pelo texto deu para perceber que a stack em si é um plus e não necessariamente a única coisa que vai fazer você ser escolhido em uma vaga. Em geral quem se preocupa com stack somos nós devs que sofremos as vezes de preciosismo de ter que usar "a melhor stack", com as melhores integrações e tudo mais. Mas, para a empresa em geral o que ela deseja? Alguém que possa entender bem de negócio, alguém que vai desenvolver coisas que facilitem a vida das pessoas que utilizam aquilo, e ai vem sua expertise em low code. Primeiro se você trabalha com low code, você sabe o que é low code (muita gente que nunca trabalhou só tem uma vaga idéia do que é isso e caga regra demais) e o segundo ponto e mais importante é: para você o que importa é mais o quanto o que você entrega é importante para quem vai utilizar que as ferramentas utilizadas para tal. E essa é a diferença: entender do negócio, desenvolver coisas realmente úteis e não pensar só em ferramentas. No fundo a empresa quer ganhar dinheiro e você facilitando isso é o que realmente importa na maioria das vezes. Se você tentar olhar de fora, talvez enxergue ainda mais coisas a usar ao seu favor.
Bons pontos trazidos no artigo poke, parabéns pelo conteúdo e por trazer isso não só a juniors mas a qualquer nível de senioridade :)
Valeu de coração pelo feedback!
Man, que artigo esclarecedor. Sempre que estudo e vejo as vagas acho que nunca estou no nível que pedem. Agora entendi a jogada. 🤩🤩🤩
Muito obrigado pelo feedback :) é exatamente isso, ter menos medo e aplicar mais!