Introdução
Sábado dia 22 de agosto, aconteceu o Minas Test Conference um evento focado na área de qualidade de software.
Eu conhecia o evento há um tempo, porém, nunca tinha participado de nenhuma edição. Foi o segundo evento que participei, desde que, mudei da área de desenvolvimento para qualidade.
Inicialmente ele seria presencial, mas devido à pandemia global os organizadores decidiram fazer o MTC em casa. Uma aposta que deu super certo, nesse artigo irei analisar alguns pontos como:
- plataforma escolhida;
- análise de cada palestra;
- considerações finais.
Plataforma escolhida
A organização escolheu o Hopin para transmitir o evento. Minha experiência com a plataforma foi super tranquila sem muitas complicações.
A impressão que tive foi de estar num evento presencial, se o intuito da Hopin foi promover esse tipo de experiência as pessoas conseguiram com maestria.
Porém, nem tudo são flores eu particularmente estava com grande expectativa para ver uma palestra em específico que não pode ser transmitida devido à falta de acessibilidade, também não encontrei um recurso para ativar legendas na transmissão.
Mesmo com esse contratempo, a organização se preocupou tornar o evento mais inclusivo, contratando assim, dois interpretes de libras que fizeram um trabalho com grande maestria, gostaria de parabenizá-los pelo trabalho.
Análise das palestras
Boas práticas para automação de testes
Essa palestra infelizmente eu não acompanhei desde o início, porém, do momento que comecei a acompanhar até o final me agradou bastante. Leonardo e Ramses com maestria tocaram em pontos importantíssimos sobre fundamentos da engenharia de software e como podemos aplicá-los no nosso cotidiano.
O mindset de consultor - O que as empresas buscam nos profissionais de qualidade de software?
Marcelo, veio com uma abordagem mais holística sobre a carreia de consultor de qualidade, conseguiu explorar diversos pontos do nosso cotidiano que não são tocados com frequencia, tais como: mudança de uma mentalidade, compreensão dos fundamentos, certificações.
Abriu meus olhos para enxergar como alguém que contribui além do código ou de técnicas. Ficou claro, que podemos contribuir com a gestão de uma forma mais assertiva. A lição que tirei dessa palestra foi: saia fora da caixa.
Test Driven Development: uma ferramenta para controlar a ansiedade
Quando eu vi o título dessa palestra fiquei curios imaginando como o Estevão iria combinar TDD com ansiedade e para minha surpresa conseguiu. Com muita tranquilidade explicou o conceito teórico da metodologia TDD e sua aplicabilidade.
Mostrou as duas escolas sobre a metodologia e deixou ainda duas referências de livros interessantes:
Além disso, fez um hands-on em como aplicar o TDD em uma funcionalidade. Deixou bem claro em como a metodologia pode contribuir para termos maior controle e previsibilidade de funcionalidades que porventura iremos desenvolver.
A importância da automação e como fazer isso utilizando o Testcafe
Taís de forma bem direta e prática mostrou uma ferramenta de automação que ainda desconhecia o TestCafe, me lembrou do meu amigo Cypress.
Ainda fez um hands-on e funcionou tudo de forma perfeita.
Queria dar meus parabéns para a organização e a todos que apoiaram a Tais num momento de nervosismo, o espirito de comunidade e empatia falou muito mais alto e isso e louvável, poucos eventos têm essa sutileza com os palestrantes.
Reduzindo o escopo da analise de resultados de testes de carga usando Machine Learning
Júlio, com seu vasto conhecimento e maestria dignos de um JEDI, exemplificou conceitos como machine learning, testes de carga com uma didática impecável, quem o acompanha sabe que estou falando.
A palestra se assemelhava a uma aula de faculdade daquelas que todos gostam. Além de explorar esses pontos, também deixou insights sobre novas possibilidades em categorizar inconsistências com aprendizado de máquina.
Um mundo de possibilidades foi aberto e diversas pessoas surtaram com novas possibilidades. E como sempre o Júlio, nos deixa reflexivos sobre estudar os fundamentos, aliar o fundamento teórico a prática.
Automação de testes utilizando braço robô
Saímos com o cérebro fritando da apresentação do Júlio, para vermos algo surreal: uma automação em um braço robô!
Luíz Lohn, trouxe uma abordagem de testes que nunca pensei que poderia ser feita. A ideia era demonstrar como essa abordagem poderia contribuir para automação de testes para o cenário que ele vivencia.
De forma clara e exemplificando os códigos do arduíno e Ruby, desmistificou a magia e vimos que como foi viável e não ser tão complicado essa automação.
Abriu a minha mente para novas abordagens de testes automatizados para Internet das coisas. Mais uma palestra que veio surpreendeu todo mundo.
Shit Happens e algoritmos mudam
Marina apesar de não ser uma pessoa desenvolvedora explicou diversos pontos relacionados a desenvolvimento de software. Desde a evolução das redes sociais até como os algoritmos e APIs influenciam nosso cotidiano.
Comentou também sobre o uso indevido de informações dos usuários nas redes sociais, como no caso da Cambriga Analytica's, pontuou também, como podemos usar de modo seguro as redes sociais e como as empresas estão se preparando para entrar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Foi uma palestra diferente, com um olhar de um outro ângulo. O ensinamento que permeiou foi que podemos absorver muito com o marketing e o monitoramento de redes sociais para atuarmos de uma forma melhor.
Tabuleiro acessível: o diferencial da inclusão a partir de jogos analógicos
Essa palestra uniu duas coisas que gosto: acessibilidade e rpg. Paola e Rafael, mostraram como jogos analógicos podem promover a inclusão das pessoas com deficiência em algo que não tomamos como um direito: a diversao.
Demonstraram diversos jogos que podem ser inclusivos e como as pessoas interagem com eles. Gostei bastante do jogo de RPG.
A palestra traz uma mensagem muito importante, quais são nossos esforços para incluir pessoas com deficiência na diversão?
Será que as empresas pensam e veem eles como possíveis consumidores de jogos de entretenimento sejam eles analógicos ou digitais?
Sai dela pensativo em como podemos contribuir para o avanço de um projeto tão bonito como esse.
AWS for Testers - Como se beneficiar dos serviços da AWS para analisar possíveis bugs
Isabel, veio com uma abordagem interessante: como nos que testamos aplicações podemos contribuir em arquiteturas AWS?
Demonstrou total conhecimento e clareza das informações explicando passo a passo do modelo da arquitetura proposta. Confesso que muita coisa desconhecia, apesar de trabalhar num aplicação que possui os recursos na AWS.
Trouxe exemplos onde o QA possuía acesso restrito em algumas partes da arquitetura e soluções de como garantir a qualidade nesse sentido.
Além da AWS, também demonstrou como realizar requisições de API usando o Postman.
Sai da apresentação, pensando que segunda-feira quero descobrir qual a arquitetura da AWS que usamos e como posso contribuir para a melhoria contínua do produto.
From zero to hero implantando processos ágeis de qualidade
A apresentação do Alan foi cirúrgica e agregou muita informação ao meu contexto. Em um evento sobre qualidade esperava-se uma palestra como essa que focaria na qualidade do processo.
Pontou muito bem as diferenças entre os modelos cascata e ágil, o mais interessante foi o passo a passo que apresentou sobre a metodologia ágil.
Salientou que esse modelo pode ser adaptativo e variar de acordo com o contexto. O que ficou claro é que processos bem definidos contribuí para a empresa como um todo. E deixou uma frase que me marcou
Baixa produtividade é um problema de gestão.
QA OPS: O QA colaborando em um time DevOps
A abordagem de Mayara foi super interessante, pois mostrou um caso de sucesso que ela vivenciou. Iniciou sua apresentação exemplificando os conceitos de Dev Ops e QA Ops e como pode contribuir para aumentar a qualidade em todo o ciclo do desenvolvimento.
O mais interessante para mim, foi a forma como foi abordado o tema. A explicação de cada etapa de uma pipeline e como ela conseguiu otimizar isso para o time.
Sanou diversas dúvidas que tinha sobre o assunto e segunda-feira também vou comecar a vasculhar as pipelines para promover algumas melhorias.
Consideracoes finais
Fiquei bastante satisfeito de modo geral, todo o conteúdo de alto nível e bem elaborado. A organização do evento e palestras curtas, porém, objetivas.
A curadoria de conteúdo, a divulgação tudo muito bem planejado, os sorteios com brindes bem interessantes como licenças do IntelliJ, Kindles e um computador.
Parabéns a todos os envolvidos que proporcionaram para nós um evento acolhedor, rico e bastante interativo. Aguarde 2021, pois com certeza o MTC vem pra arrebentar.
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