Neste final de semana eu decidi revisar um pouco sobre o JavaScript e o Node. Isso porque eu esbarrei na definição enquanto testava um projeto que apareceu no feed do meu GitHub.
Também planejo estudar alguns tópicos como o event loop e as promises mais profundamente, então uma revisão cai muito bem.
Aqui vão minhas anotações.
O que é Node.js
É um ambiente (runtime) que permite a execução de JavaScript pelo lado do servidor. Com ele é possível criar aplicações que executam fora do navegador (aplicações back end, mobile, desktop...).
Só pra relembrar, JavaScript é uma linguagem de programação interpretada e multiparadigma criada para adicionar interatividade nas páginas web, ou seja, ela foi desenvolvida com o intuito de ser usada no navegador.
Foi o Node que trouxe essa possibilidade de executar JavaScript fora do navegador.
Hoje em dia já existem outros ambientes de execução de JavaScript como Deno ou Bun, mas o Node foi o pioneiro, lançado em 2009.
A capacidade de desenvolver tanto o front end quanto o back end de uma aplicação usando apenas uma linguagem de programação é fantástica. É uma das grandes vantagens do JavaScript, embora alguns profissionais questionem a utilização no lado do servidor.
Pensando no lema "Write once, run anywhere" do Java, temos o nosso: learn once, run everywhere.
O Node é baseado no motor V8, que é o mesmo do Google Chrome, ele que lê e executa o código JavaScript no navegador. Uma característica importante é que um motor JavaScript é independente do navegador em que ele executa, essa característica foi o que permitiu a criação do Node e dos outros ambientes.
Existem outros motores de JavaScript:
- SpiderMonkey, usado pelo Firefox
- JavaScriptCore, utilizado pelo Safari e pelo Bun
- Chakra, era usado pelo Edge, que usa o motor V8 atualmente
Eu disse anteriormente que o JavaScript é considerado uma linguagem interpretada, porém os motores possuem uma etapa de compilação just-in-time (JIT), levando-o a ser uma linguagem interpretada e compilada.
Importante ressaltar que o Node não tem acesso as APIs de manipulação do DOM, window
, localStorage
, etc. No lugar dessas ele tem sua biblioteca padrão que permite ter acesso ao sistema de arquivos, escutar requisições HTTP, gerar UUIDs, emitir eventos e tantas outras coisas.
// ❌
const element = document.getElementById('js-in-server')
console.log(element.textContent)
// ✅
import fs from 'fs'
fs.readFile('js-is-really-cool.md', 'utf-8', (err, content) => {
console.log(content)
})
O Node vem equipado com o gerenciador de pacotes NPM (Node Package Manager) que serve para organizar, instalar e resolver as dependências de projetos.
NPM também é o registrador de pacotes padrão, é onde as bibliotecas e frameworks são registrados para serem utilizados posteriormente.
Só para esclarecer, existe a ferramenta de gerenciamento de pacotes NPM e o registrador desses pacotes, que também se chama NPM. Mais sobre aqui.
Alternativas à ferramenta são yarn e pnpm. O ambiente Bun também tem um gerenciador de pacotes compatível com o Node e que tem a proposta de ser o substituto mais rápido entre as opções que citei antes.
Falando do registrador, esse ano surgiu uma espécie de alternativa moderna que diz ser feita para especialmente pensando em Typescript e ESM, o JSR. Só a título de conhecimento, continuo usando e recomendo o NPM.
Resumindo, se você está começando seus estudos de JavaScript e Node, use o Node e o NPM.
Depois você decide se vai usar o yarn porque é mais bonitinho, o pnpm pois é mais rápido ou o Bun porque é o melhor (🔥).
Instalando o Node
Na instalação você pode seguir o tutorial do site mas eu recomendo usar um gerenciador de versões porque vai facilitar bastante caso você precise trocar de versão.
Acredito que esses sejam os principais:
Eu uso o asdf junto com o plugin do node. O asdf é um gerenciador de versões genérico, com ele basta adicionar o plugin da ferramenta/runtime que você quer gerenciar e pronto.
Prefiro não colocar nada aqui para que não fique desatualizado, minha dica é: use um gerenciador de versões. Abra a documentação dos que citei e leia.
Novas funcionalidades
Não são novas novas, mas são legais e não existem desde o começo. Perdão pelo bait...
Tem um arquivo .env
e quer carregar os valores? Carregamento de variáveis de ambiente.
// Digamos que você tenha a váriavel SECRET_KEY=jsmelhorquejava
// $ node env.js
console.log(process.env.SECRET_KEY) // undefined
// $ node --env-file=.env env.js
console.log(process.env.SECRET_KEY) // jsmelhorquejava
Quer escrever testes sem ter que adicionar dependências como Jest, Mocha ou Vitest? O executor de testes nativo foi introduzido de forma estável na versão 20.x .
import assert from 'assert'
import { it, describe } from 'test'
describe('user entity', () => {
it('should create user instance', () => {
// ...
})
})
Quer executar TypeScript? Usa Bun! Brincadeiras à parte, é possível executar código .ts
usando Node, ainda experimental.
# Usando o Node V22.6.0 pra cima
node --experimental-strip-types tsisawesome.ts
Por enquanto é isso, pretendo ir atualizando essa revisão pra cobrir mais alguns tópicos que vou revisar, além do que é event loop e sua importância.
Um fato divertido é que eu desenvolvi meu primeiro servidor HTTP usando Node e foi com ele que descobri que gostava de desenvolvimento back end, um caminho sem volta.
Obrigado por ler!
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