Pra quem não me conhece, eu sou engenheira de software e trabalho com tecnologia a mais de 9 anos. Atuando em uma área onde apenas 20% das profissionais brasileiras são mulheres eu já passei por diversas situações desconfortáveis e desnecessárias em função das limitações impostas por preconceitos e esteriótipos da sociedade.
Por muito tempo eu me senti insegura e cheguei a criar crenças limitantes sobre minhas habilidades e o que eu poderia aprender ou não. Essa insegurança impactou muito no desenvolvimento da minha carreira e eu só comecei a colher frutos diferentes quando encontrei um grupo que despertou em mim a habilidade de empoderamento, que foi o Rails Girls, em 2017.
Desde então, eu comecei a me informar sobre o assunto e tive a oportunidade de participar da organização do Girls in Tech RS, voltei como mentora no Rails Girls POA, em 2019 e hoje sou escritora do blog da WoMakersCode, além de atuar como engenheira de software na startup, liderada por mulheres, Diosa - Mão de Obra feminina. Durante esse período eu aprendi algumas ferramentas de empoderamento que já me ajudaram muito e espero que ajude você:
1. Informe-se
Sobre a tua área de atuação ou que você deseja estudar/trabalhar, sobre as oportunidades na tua comunidade, na tua universidade, na tua região. Sobre os problemas, as dificuldades e as ações que existem para amenizá-los. As vezes tem muita coisa legal acontecendo pertinho da gente e nem sempre essa informação chega em quem precisa. Use as redes sociais ao seu favor. Siga perfis, hashtags ou pessoas do seu interesse.
2. Faça parte
Na área de tecnologia, existem comunidades de apoio e suporte à mulheres, assim como o Rails Girls, WoMakersCode, Django Girls, o PyLadies, Mulheres de produto e outros tantos. Nessas comunidades, há muita troca de informação sobre cursos, eventos e mentorias gratuitas. Mais que apoio técnico, é fornecido apoio emocional e acolhimento há todas. Geralmente, atuando sem fins lucrativos, elas contam com o patrocínio de empresas parceiras e do serviço voluntário de profissionais da área, então existem várias formas de participar.
3. Inspire-se
A luta por igualdade de gênero, direitos das mulheres e empreendedorismo feminino é algo de longa data, então existem muitas histórias inspiradoras de diferentes épocas e estilos. Eu particularmente gosto muito de ler sobre a Eleanor Roosevelt, Ada Lovelace e acompanhar profissionais como a Letícia Portella e busco encontrar inspiração em cada mulher que convive comigo.
3. Compartilhe
Nós nunca temos real noção do quanto a nossa história pode impactar as outras pessoas. As vezes tem alguém se insipirando em você e você não sabe. Então compartilha a tua experiência. Todo mundo tem algo que pode agregar pro outro. Mais do que tua própria história, também é possível compartilhar algo que domine na tua área ou que tu construiu ou constribuiu. Além de te colocar em destaque, muitas pessoas podem estar precisando daquele conteúdo. Nem sempre o compartilhar exige algo extremamente elaborado nas redes, fazer isso em uma roda de conversa ou com as pessoas do teu convívio já pode ter impacto sim.
4. Incentive
De todas, essa sem dúvida é a ferramenta mais poderosa de todas. Nós, mulheres, culturalmente somos mais inseguras e temos uma tendência a arriscar menos, pois buscamos a perfeição no que fizemos. Então as vezes, tudo que nós precisamos é que alguém nos escute verdadeiramente, acredite na nossa ideia e diga o quanto acredita que aquilo é possível.
6. Observe-se
Antes de julgar o outro, sempre é importante olhar pra si. O que eu tenho feito pra mim mesma pra enfrentar as dificuldades? Será que o que eu disse não foi machista? Não ofendeu alguém? O que eu tenho feito pra ajudar no crescimento das mulheres ao redor de mim? E isso vale pra todos os gêneros. As vezes, nós repetimos comportamentos que não são nossos. São preconceitos e esteriótipos que estão enraizados na nossa família e meio de convívio a muito tempo. Observe-se, question-se.
Pra fechar!!
Espero que essas dicas te ajudem a se empoderar e empoderar as mulheres próximas a ti e pra fechar, deixo o seguinte questionamento: "O que tu fez pra empoderar uma mulher hoje?"
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